terça-feira, 27 de novembro de 2012

domingo, 25 de novembro de 2012

Redenção

Gota salgada que tem a própria vontade,
Será que fala a mesma língua que eu?
Que força é essa que lhe persuade?
Por que nossa comunicação se perdeu?

Fechei a porta, não lhe concedi espaço...
Tinha medo do que poderiam pensar, 
Se vissem que você de mim era um pedaço,
Que eu não era forte como queria acreditar.

Foi assim que nosso relacionamento
Passou a um nível tão secreto:
Nos encontrávamos naquele momento
Em que a única testemunha fosse o teto.

Penso que, por vingança, você me pune.
Se lhe magoei, não foi minha intenção;
É que pensei que era melhor ser imune
Do que ser sujeita a tal intervenção.

Peço desculpas… Sei que a culpa é minha
Sem perceber, hoje vejo que lhe adestrei
A só me visitar quando estivesse sozinha.
Quero, agora, revogar minha própria lei.

Não lhe peço para ser impertinente,
Mas que saiba que não quis lhe expulsar.
Também não quero sua presença frequente
Só que esqueça aquela lição sem pensar.

Parece estranho, eu sei, chamar você
E é aí que está o mais incrível...
Essa solicitação tem, sim, um porquê:
Não quero que me pensem insensível.

Creio que eu era a única, sim, 
Que você ignorou naquela sala.
Antes eu não veria como algo ruim,
Mas hoje isso muito me abala.

Meus olhos ardiam, mas em vão
Pois lhe ensinei a ser, como eu, obediente.
Você não quebraria minha regra, não
Por causa de um capricho inconsistente.

"Como é que você consegue?" - disse ela
Respondi que era por causa da multidão
Ela então, sem perceber, me flagela:
"Quem não chorou não tem coração."

DCS

sábado, 24 de novembro de 2012

"Je me demande si les étoiles sont éclairées afin que chacun puisse un jour retrouver la sienne. " - Antoine de Saint-Exupéry (Le Petit Prince)
"Mas o que pudesse dissimular ao mundo, não podia fazê-lo a mim, que vivia mais perto de mim que ninguém." - Machado de Assis (Dom Casmurro)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Isso


Qual o nome disso que acontece comigo?
Friozinho na barriga se vem em minha direção,
Nome na tela do celular que acelera o coração...
Por mais que tente, definir eu não consigo.

Qual o nome disso que acontece comigo?
Sorriso bobo que brota sem pedir licença…
Você faz minha cabeça esquecer que pensa;
Ficar longe muito tempo mais parece castigo.

Qual o nome disso que acontece comigo?
Será que não sei? Ou é só fingimento?
Isso não sai do meu pensamento
Se é que sei… Por que não digo?

A verdade é que tenho medo…
De te assustar, mesmo depois de tanto tempo,
De te afastar… Não sei se é o momento.
Insegurança me diz que ainda é cedo.

Talvez esse medo, na verdade,
Seja o de a mim mesma assustar.
Sinto que, se decidir por lhe contar,
Terei de encarar a realidade...

E a realidade é que de você eu preciso,
Mais do que jamais pensei que faria,
E que esse querer de te ver todo o dia
Me acompanha em todo lugar que piso.

Pensei que, chegada a hora, eu saberia
Descobri, no entanto, que nunca se sabe
Definir sentimento que no peito mal cabe;
Quando você falasse… Eu o faria.

Qual o nome disso que acontece comigo?
As três palavras que minha boca teme dizer…
Boba que sou, não sei bem o que fazer
Desde que você deixou de ser só meu amigo.

DCS

"Voici mon secret. Il est très simple: on ne voit bien qu'avec le coeur. L'essentiel est invisible pour les yeux." - Antoine de Saint-Exupéry (Le Petit Prince)

Sinopse

Ideia mais aleatória não poderia haver:
Expressar-me por versos clandestinamente;
Poemas... Nem os gosto de ler!
O projeto me pareceu bom, simplesmente.

Desculpe-me se não esclareço quem sou,
Ou se meus versinhos são assim meio quebrados;
Acontece que, escrevendo, não planejo àonde vou:
São pedacinhos de momentos, roubados.

Dizem que as melhores ideias nos acometem antes de dormir,
Foi isso que me fez abrir os olhos para escrever;
Quem sabe... Se eu tivesse deixado essa ir,
Não haveria aqui absolutamente nada a ler.

Não busco, assim, notoriedade ou fama,
E sim uma válvula de exaustão.
Esse poema mesmo, o escrevo na cama,
E o celular me pareceu uma boa opção.

Espero ter sido, um pouquinho, clara
Se gosta de um devaneio, de um conflito profundo...
Permita-se essa viagem, que carece de um "para:
Conheça um pedacinho do meu mundo.

DCS